Depoimento: Marlei Duarte de Lima

Sou funcionaria pública municipal, trabalho na Prefeitura, em Cascavel-PR. Eu trabalhava numa casa que cuida de pacientes com saúde mental comprometida e comecei a ter desmaios no local de trabalho, ficava toda vermelha, pipocava inteira, com coceira, a pressão subia, eu nunca estava bem. Há mais ou menos três anos, eu piorei muito, tive um desmaio num sábado de carnaval, meu corpo foi arremessado com violência, eu bati a cabeça, tive um corte que levou 10 pontos.

Trabalhava num determinado setor e tive que passar para outro, em seguida para outro; eu permanecia mais tempo de atestado médico do que trabalhando, o que gerou desconfianças no ambiente profissional.

Tinha também problemas de pulsação cardíaca acelerada, enxaqueca, depressão, insônia… Sentia dores, dores no corpo, o tempo inteiro, dia e noite, mas não tinha nenhuma doença física, orgânica, diagnosticada, nem estava passando por crise financeira, ou no casamento ou com meus familiares. Mas, minha vida emocional e espiritual estava comprometida naquela época.

No meu trabalho tinha lapsos de memória, apagões, sentia muita dor, chorava muito, ficava agressiva, tinha vontade de matar, torturar alguém. Eu estava sofrendo e queria passar meu sofrimento para os outros também. Eu estava tão agressiva que cheguei a ponto de entrar na firma do meu marido, pegar um pedaço de pau e sair batendo em todo mundo, quebrei muitas coisas, estava sem controle, a agressividade tomando conta.

Não conseguia ter uma vida normal

Antes eu era saudável e forte, eu tinha tudo, mas o que estava acontecendo comigo era mais forte, eu não conseguia mais ter uma vida normal. Cheguei a ficar 10 dias trancada no quarto, sem ver a luz do sol. Tomava 13 tipos de remédios por dia, tinha dificuldade de concentração em função da medicação muito forte. Fiquei dois anos dopada, sedada, dois anos que eu não vivi, não reagia a nada. Cheguei a um ponto que para mim tanto fazia tomar banho ou não, abrir as janelas ou não.

Minha filha, com seis anos de idade, é quem cuidava de mim enquanto o pai não chegava em casa, até banho me dava. Mas, ela também começou a apresentar problemas, estava com insônia e eu estava passando para ela tudo o que me acometia. Meu marido não sabia mais o que fazer, minha família estava “indo pro ralo” e eu tinha que fazer alguma coisa por mim, pelo meu marido e pela minha filha, eles me ajudaram muito.

Fui a uma consulta com um cardiologista que é espírita. Eu tinha trabalhado com ele por 4 anos e a convivência me fez conhecer a doutrina espírita, mas eu nunca tinha frequentado. Na consulta, ele me disse para procurar ajuda espiritual, que a medicação não estava sendo suficiente, que fazia mais mal do que bem.

Uma colega de trabalho também me falou do Centro Espírita, do tratamento com o Dr. Hugo, disse que eu ia me identificar, achar as respostas… e me levou, pois eu não dirigia mais. Eu fui, mas não acreditava, e pensei comigo: “Eu vou só pra contestar, pra mostrar que isso é conversa pra boi dormir!”

A ajuda chegou!

Mas, quando eu cheguei ao Centro e conheci o Dr. Hugo, já na primeira vez, aí não tive mais dúvidas e nem discuti. Ele me perguntou por que eu estava ali, o que eu tinha ido buscar.

– Estou com depressão, respondi, mas eu quero tomar conta de novo das minhas coisas, ter uma vida normal, voltar a trabalhar.

E o Dr. Hugo me respondeu que eu ia ficar bem.

Comecei este tratamento no dia 02 de dezembro de 2011. Naquele mesmo dia, meu irmão se envolveu num acidente de trânsito e com isso eu me esqueci de comprar o remédio para dormir, que tinha acabado. Quando cheguei em casa, fui deitar e dormi a noite inteira, e nas outras noites, também. Fui visitar minha mãe e ela disse que eu parecia mais descansada, com aspecto melhor. Aí que eu me lembrei, me dei conta que já havia dormido três noites sem a medicação!

Aquilo para mim foi demais, eu não acreditava! Neste primeiro mês do tratamento, eu melhorei muito, com o tempo, as dores também foram aliviando, fui desinchando, desintoxicando.

Apesar da minha melhora, eu tinha receio, preconceito, pois eu tenho formação católica. Meus pais também são católicos e aceitaram; meu pai foi quem mais me apoiou. Então, eu dei continuidade ao tratamento todo.

Encontrei o que precisava

Um dia muito especial para mim, que eu esperei muito por ele, foi o último atendimento. O grupo que começou o tratamento era de 70 pessoas e terminamos em quatro, eu, outra moça e um casal. Eu me lembro muito daquele dia: estava muito feliz, não conseguia conter a minha alegria.

Foi muito bom descobrir que existe onde se tem ajuda, onde eu encontrei o que precisava. No início, eu não acreditava que esse tratamento espiritual pudesse de alguma forma me ajudar, mas como eu estava num beco sem saída, precisei chegar lá no fundo do poço e, graças a ele, agora estou de volta.

Hoje, só tomo o remédio da labirintite, não tenho mais sintomas de depressão, crise de pânico, nem arritmia cardíaca, nada! No meu trabalho, me adaptei bem, chego às 7:30 da manhã e só paro na hora de ir embora.

Estou me sentido outra pessoa, retomei minha vida, meu emprego, cuido da minha filha. Tenho novamente esperança, alegria. O mal não está mais instalado em mim e eu sei, agora, onde buscar ajuda. Cuidar de mim, agora, é minha meta de vida e o meio que achei para ficar bem é seguir sempre com o tratamento.

Também me superei em meus estudos, parecia uma moribunda nos estudos, passava mal na sala de aula, mas não desisti e, com o tempo, consegui mais uma aprovação, uma superação… E agora é assim, uma superação diária na minha vida! Eu sinto que estou curada e posso passar isso para as outras pessoas.