Depoimento: Josefina Lúcia Cobo Bautista

Em 1993, eu trabalhava como digitadora num banco e comecei a ter dores nas mãos; o diagnóstico médico foi de que eu estava com lesão por esforço repetitivo – LER.

Consultei muitos especialistas e eles diziam que a LER não tinha cura. Na época, foi bem no começo do surgimento desta doença, e nós não sabíamos do que se tratava; os médicos também ainda não tinham uma visão muito clara do que poderia ser feito. A explicação que davam é a de que os nervos inflamavam, inchavam e se atritavam dentro do braço e essa era a causa da dor.

A doença teve um desenvolvimento progressivo, provocando dores muito fortes. Iniciou na mão direita, os dedos foram fechando, encavalando, e a dor foi gradativamente aumentando. Depois a dor foi se estendendo para o braço, costas, nuca, e atingiu o outro braço e a outra mão. Fiz fisioterapia durante muito tempo, sem nenhuma melhora.

Numa ocasião, o médico me disse que era necessário imobilizar completamente meu braço durante um tempo para que os nervos desinflamassem e voltassem ao normal. Como eu não queria que soubessem, no banco, para não ser transferida para outro trabalho, tirei férias e fiquei um mês com o braço engessado; quando o gesso foi tirado, ficou do mesmo jeito, não alterou em nada a situação.

Voltei das férias e já não conseguia mais abrir a mão, os dedos curvados para dentro, digitava só com três dedos. Depois, comecei a digitar só com um dedo, os outros eu não conseguia abrir e, para piorar ainda mais, eu precisava colocar um lápis no meio dos dedos para conseguir digitar com apenas um deles. Neste processo de perda da mobilidade das mãos e do braço, a dor foi aumentando e quando eu não aguentava mais, ia ao banheiro chorar escondido.

Na atividade normal do dia a dia, pegar peso, nem pensar, a dor era insuportável. Além disso, tudo que eu pegava, não conseguia segurar, não tinha força e nem firmeza nas mãos; às vezes, ao segurar algum objeto, as mãos se abriam e o que eu tentava pegar ia para o chão. Eu não tinha mais o comando das mãos e nos braços, tinha dificuldade de mover o cotovelo, os ombros e a nuca inchados, tensos, comprometidos. O processo que eu estava vivendo era de intensa dor, perda da mobilidade e atrofia.

Único Caminho: Cirurgia

No meu setor de trabalho havia mais colegas comprometidas com a doença, fazendo tratamento médico, que receberam a mesma recomendação: só restava a opção da cirurgia.

O tanto de remédios que eu tomava! Eu tinha uma caixa de sapato cheinha de medicamentos, remédios muito fortes, que prendiam o intestino e estavam comprometendo o organismo todo.

Percebi que eu comecei a ficar muito triste, fortemente deprimida, chorava muito, muito e não sabia mais o que fazer porque nada tinha dado resultado: as dores continuavam a mesmas ou piores e nada se resolvia.

No final de 1994 eu tomei uma decisão: não vou operar, fechei a caixa de remédios, não mexi mais, e depois, joguei tudo fora.

Uma das amigas da minha mãe tinha uma filha com a mesma doença e o médico que a atendia recomendou que ela procurasse auxílio espiritual, porque os tratamentos médicos que estavam sendo feitos para a LER, não estavam surtindo resultado e deu um endereço. A mãe dela passou para minha mãe um pedaço de papel, que ela guarda até hoje, com a data do próximo atendimento e o endereço do Centro. Nós não sabíamos deste tratamento espiritual e não conhecíamos o Centro, mas, materialmente, não havia mais nada a ser feito!

Então, no primeiro atendimento do ano seguinte, 05 de janeiro de 1995, fomos, minha mãe e eu, em busca do tratamento espiritual na Fraternidade Espírita Allan Kardec, de Londrina, como o último recurso, a última esperança.

Iniciado o Tratamento Espiritual

O que eu achei interessante é que eu não conhecia Dr. Hugo, não falei nada; ele simplesmente olhou para mim, eu comecei a chorar, porque eu estava em estado de desespero. Ele simplesmente me disse: “Eu sei o que você tem. É aquela doença que a mão vai fechando, o braço vai ficando comprometido, vai atrofiando, e vai se dobrando em direção ao peito”.

Ele falou realmente o que estava acontecendo comigo e o que ia acontecer depois! Eu continuava chorando e ele acrescentou: “Eu vou te curar, minha filha. Se eu não te curar, eu te dou todo o direito de você vir aqui, falar na frente de todas estas pessoas, que eu não cumpri com aquilo que eu te prometi, o que eu estou me comprometendo com você hoje: eu vou te curar!”. E, me abraçando, ele acrescentou: “Hoje você chora de tristeza, amanhã você vai chorar de alegria!”

A doença foi embora!

No primeiro mês, já senti melhora. Fiz o tratamento todo, bem correto, segui todas as recomendações que foram dadas. No final do tratamento, já estava sem dores, sem atrofia e sem perda de força ou mobilidade muscular, estava com a saúde recuperada.

Continuei a trabalhar normalmente no banco, na digitação, até que me aposentei, alguns anos mais tarde. Depois, trabalhei, por mais três anos, com digitação, mais de oito horas por dia e hoje, noutro emprego, também uso o computador diariamente.

Agora, em 2012, faz dezessete anos que fiquei curada. Trabalhei normalmente todos estes anos, não tive mais aquelas dores, a mobilidade e a força muscular foram recuperadas, minhas mãos, braços, costas, nuca, tudo perfeito, nenhuma atrofia, nenhuma sequela!

Graças a Deus que eu não fiz a cirurgia material! Minhas duas colegas do banco que fizeram acabaram sendo aposentadas por invalidez. Aquela amiga que deu o endereço do Centro para minha mãe, não procurou o atendimento espiritual, fez a cirurgia material e ficou com sequelas graves.

Analisando tudo isso, se não fosse o tratamento espiritual, eu não sei como eu estaria hoje, de que forma estaria vivendo!

Eu tenho no Dr. Hugo um pai espiritual que me curou, não só na doença do físico, mas que ajudou e orientou em muitas situações, não só a mim, a toda minha família. Eu sou muito grata a ele!